No Paraguai ocorreu há alguns dias um processo chamado de “impeachment” pela grande mídia nativa nacional mas que aos olhos de qualquer um com bom senso e com espírito de democrata saberia analisar os fatos,um julgamento com apenas dois dias de defesa,sem o direito de recorrer e do direito de contraditório e sendo ainda julgado por um parlamento com interesses econômicos radicalmente contra o Presidente Lugo que tinha como sua plataforma de apoio e de luta social a Reforma Agrária no Paraguai,país historicamente atrasado no quesito agrário e com grande concentração de terras nas mãos de poucos,vale recordar uma grande diferença também no fato que é de nossa história, o Impeachment de Fernando Collor de Melo que levou milhões de nossa juventude e de toda sociedade ás ruas para pedir seu impeachment e renúncia,a pressão social foi tão forte que o Congresso respondeu com seu impeachmet,porém os fatos que ocorreram no Paraguai foram inversos,o povo estava nas ruas em apoio ao Presidente deposto Lugo.
Enquanto a multidão estava do lado de fora,em apoio á Lugo,soldados de artilharia especial estavam posicionados em cima do Palácio do Governo para conter a multidão,enquanto o Parlamento Paraguaio conhecido por seu mais alto grau de corrupção e clientelismo julgava e derrubava Lugo,eleito democraticamente pelo voto universal,coisa que alguns remanescentes políticos do Paraguai em tempos não tão longiquos eram contra,isso mesmo contra o voto universal e democrático,os famosos latifundiários paraguaios e até brasileiros que moram naquela região.
O golpe foi motivado devido á um conflito entre sem terras,funcionários de uma fazenda e policiais que deixou mais de 17 mortos,á semelhança do golpe que ocorreu em Honduras em 2009 na qual a ordem constitucional foi quebrada e o país foi foi “um laboratório para testar novos tipos de golpes de estado na América Latina”. A análise é da educadora Betty Matamoros, uma das principais lideranças da FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), em Honduras.
“A direita internacional vem estudando novas modalidades para dar golpes de estado técnicos, com cara democrática e institucional, para poder frear a luta social do povo e os avanços dos governos progressistas na América Latina”, manifestou Betty, em entrevista para o Opera Mundi.
Com menos de 30 horas o parlamento paraguaio sem consulta democrática em plebiscito (o que seria mais democrático) destitui Lugo de sua função como presidente ,segundo o analista político Hondurenho Eugenio Sosa ele afirma “com a queda do presidente Zelaya, a direita latina aprendeu que não é necessário atuar como nas décadas passadas, que os golpes militares com derramamento de sangue já não servem” e também diz “ é muito menos grave, para essa direita, apostar em novas fórmulas com aparência constitucional, já que também são mais aceitas pelos olhos do mundo”.
O Golpe reafirma também a influência norte americana na àrea,segundo documentos do Wikileaks,os EUA já sabiam do Golpe no Paraguai desde 2009,o que também há suspeita de participação ativa dos mesmos no Golpe como ocorreu na Venezuela de Chavéz.
Enquanto no Oriente a primavera árabe derrubava Mubarack no Egito, no Paraguai um golpe sem povo nas ruas,com apenas um punhado de parlamentares conhecidos por seu alto grau de corrupção,envolvimento em assasinatos de sem terras,camponeses,crimes financeiros derrubam um presidente eleito democraticamente, um retrocesso á democracia latino americana e a vontade do povo,um VERDADEIRO INVERNO,TRISTE SOMBRIO e a favor de interesses particulares excusos